segunda-feira, 17 de maio de 2010

Vagabundos de Nós

Diogo (o filho) e Luísa (a mãe) introduzem-nos no seu mundo muito próprio através de uma permuta de confidências.
Diogo nasce. Diogo cresce.
Luísa observa-o, em permanente sobressalto.
Diogo é diferente. Nas atitudes, nos gostos, na sensibilidade, nas amizades que procura. Sente-se perdido. Não pertence a nenhum lugar. Não se «identifica». Luísa apercebe-se do sofrimento e dos permanentes conflitos íntimos do filho. Mas tem relutância em admitir aquilo que, afinal, sabe. Sempre soube. O instinto de protecção que desenvolve cada vez com mais intensidade resulta num mundo a dois, isolado do restante núcleo familiar. Um mundo que ambos partilham e percorrem numa autêntica via dolorosa. No diálogo franco e livre que sempre mantiveram, só tardiamente as palavras cruamente descodificadoras de tanta amargura aconteceram (Mãe, sou homossexual).

O que fazer quando nos sentimos diferentes?

Porque ser diferente não é uma questão de escolha. Vagabundos de Nós aborda o que de melhor e de pior há em cada ser humano, deixando em aberto as pistas para a problemática da condição de não haver escolha.

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