quarta-feira, 24 de novembro de 2010

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Da família ... ... às famílias

Esquemas e explicações simples sobre conceitos da Terapia Sistémica

Formato do ficheiro: PDF/Adobe Acrobat - Visualização rápida
Famílias desmembradas. ➢centrífugas. ➢fronteiras entre sub-sistemas rígidas, e difusas com o exterior. ➢ agressivos. ➢dificuldades de um dificilmente ...
Famílias emaranhadas...

https://woc.uc.pt/fpce/getFile.do?tipo=2&id=1347 - Semelhante

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Crianças e o Desmembramento Familiar

Manual de boas práticas para profissionais que trabalham com crianças.

Introdução
O que são famílias?
Por que elas se estão desmembrando?
O que as Escrituras dizem a respeito das famílias?
Qual é a importância do papel dos pais?
Quem são as viúvas e os órfãos?
E a violência doméstica?
Como os pais, as famílias e as crianças podem ser apoiados?

1 Desenvolvendo relacionamentos 23
2 Responsabilidades dos pais 23
3 Trabalhando em níveis diferentes 24
4 Identificando necessidades e prioridades 24
5 Participação das crianças 25
6 Crianças no contexto 26
7 Defesa de Direitos 27
8 Indicadores sensíveis às necessidades das crianças

Estudos de Casos

Orchard Family Centre, Londres, Reino Unido
Family Matters, Luton, Reino Unido
Centro Cristiano de Asesoramiento Familiar, República Dominicana
Care for the Family, Cardiff, Reino Unido
Programa para Órfãos: Inkuru Nziza Church, Kigali, Ruanda
Oasis Counselling Centre and Training Institute, Nairobi, Quénia

A Ferramenta de Questionamento Reflexivo

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Requisitos de habilitação dos candidatos ao AC

Decreto-Lei que estabelece os requisitos para habilitação dos candidatos ao apadrinhamento civil e procede à regulamentação da Lei n.º 103/2009, de 11 de Setembro

Este Decreto-Lei regulamenta o regime jurídico do apadrinhamento civil, concretizando os requisitos e procedimentos necessários à avaliação da pessoa que pretende apadrinhar uma criança. O objectivo é garantir que a mesma possui idoneidade e autonomia de vida necessárias para assumir as responsabilidades próprias do vínculo do apadrinhamento civil.

O apadrinhamento civil visa possibilitar o alargamento do conjunto das respostas que se podem constituir como projecto de vida das crianças e dos jovens que não beneficiam de forma plena dos cuidados parentais dos progenitores e não se encontram em situação de adoptabilidade.

O apadrinhamento civil é uma nova forma de integração para as crianças e os jovens que não reúnem os pressupostos da adoptabilidade ou para os quais a adopção se tornou inviável (nomeadamente porque já não têm a idade mais procurada), mas que também não podem regressar à família biológica.

A decisão de colocar uma criança ou jovem junto de uma pessoa ou família ao abrigo do apadrinhamento civil depende do acordo dos seus pais biológicos e de uma decisão de um juiz. Por sua vez, a escolha das pessoas habilitadas a receber crianças ou jovens ao abrigo do apadrinhamento civil depende do preenchimento de várias condições, nomeadamente a nível da sua capacidade emocional, afectiva e económica.

A criança ou jovem é integrada num ambiente familiar, ficando confiada a uma pessoa ou a uma família, que exerce os poderes próprios dos pais, através do vínculo do apadrinhamento civil, estabelecendo-se entre eles vínculos afectivos que permitam o bem-estar e desenvolvimento da criança.

Espera-se que o apadrinhamento civil tenha impacte significativo, nomeadamente, na colocação segura de crianças e jovens acolhidos junto de pessoas e famílias que lhes permitam oferecer um projecto de vida, em vez de permanecerem em instituições de acolhimento.

Os padrinhos têm de ser pessoas maiores de 25 anos, previamente habilitadas para o efeito.

Estes exercem as responsabilidades parentais respeitantes aos jovens, ressalvadas as limitações previstas no compromisso de apadrinhamento civil ou na decisão judicial.

E nestes casos quais os direitos dos pais?
a) Conhecer a identidade dos padrinhos;
b) Dispor de uma forma de contactar os padrinhos;
c) Saber o local de residência do filho;
d) Dispor de uma forma de contactar o filho;
e) Ser informados sobre o desenvolvimento integral do filho, a sua progressão escolar ou profissional, a ocorrência de factos particularmente relevantes ou de problemas graves, nomeadamente de saúde;
f) Receber com regularidade fotografias ou outro registo de imagem do filho;
g) Visitar o filho, nas condições fixadas no compromisso ou na decisão judicial, designadamente por ocasião de datas especialmente significativas.


O apadrinhamento civil pode ser da iniciativa:
a) Do Ministério Público;
b) Da comissão de protecção de crianças e jovens, no âmbito dos processos que aí corram termos;
c) Do organismo competente da segurança social ou de instituição por esta habilitada nos termos do n.º 3 do artigo 12.º;
d) Dos pais, representante legal da criança ou do jovem ou pessoa que tenha a sua guarda de facto;
e) Da criança ou do jovem maior de 12 anos.


O apadrinhamento civil, como já se referiu, constitui -se:
a) Por decisão do tribunal, nos casos em que esteja a correr um processo judicial de promoção e protecção ou um processo tutelar cível, nos casos em que, não sendo obtido o consentimento para o apadrinhameto, possa o mesmo ser dispensado, e nos casos em que tenha havido parecer desfavorável do conselho de família;
b) Por compromisso de apadrinhamento civil homologado pelo tribunal.

Para o apadrinhamento civil é necessário o consentimento:
a) Da criança ou do jovem maior de 12 anos;
b) Do cônjuge do padrinho ou da madrinha não separado judicialmente de pessoas e bens ou de facto ou da pessoa que viva com o padrinho ou a madrinha em união de facto;
c) Dos pais do afilhado, mesmo que não exerçam as responsabilidades parentais, e ainda que sejam menores;
d) Do representante legal do afilhado;
e) De quem tiver a sua guarda de facto, nos termos do artigo 5.º da Lei de Protecção de Crianças e Jovens em Perigo.

Em determinados casos, o tribunal pode dispensar o consentimento:
a) Das pessoas que o deveriam prestar nos termos do n.º 1, se estiverem privadas do uso das faculdades mentais ou se, por qualquer outra razão, houver grave dificuldade em as ouvir;
b) Das pessoas referidas nas alíneas c), d) e e) do n.º 1, quando se verifique alguma das situações que, nos termos das alíneas c), d) e e) do n.º 1 do artigo 1978.º do Código Civil, permitiriam a confiança judicial;
c) Do representante legal ou de quem tenha a guarda de facto quando estes ponham em perigo a segurança, saúde, formação, educação ou desenvolvimento da criança ou do jovem;
d) Dos pais da criança ou do jovem, quando tenham sido inibidos totalmente do exercício das responsabilidades parentais fora dos casos previstos no número anterior;
e) Dos pais da criança ou do jovem, quando, tendo sido aplicada qualquer medida de promoção e protecção, a criança ou o jovem não possa regressar para junto deles ou aí permanecer por persistirem factores de perigo que imponham o afastamento, passados 18 meses após o início da execução da medida.

É competente para a constituição do apadrinhamento civil, o tribunal de família e menores ou, fora das áreas abrangidas pela jurisdição dos tribunais de família, o tribunal da comarca da área da localização da instituição em que a criança ou o jovem se encontra acolhido ou da área da sua residência.

Os padrinhos e o afilhado têm direito a:
a) Beneficiar do regime jurídico de faltas e licenças equiparado ao dos pais e dos filhos;
b) Beneficiar de prestações sociais nos mesmos termos dos pais e dos filhos;
c) Acompanhar -se reciprocamente na assistência na doença, como se fossem pais e filhos.

Os padrinhos têm ainda direito a:
a) Considerar o afilhado como dependente para efeitos do disposto nos artigos 79.º, 82.º e 83.º do Código do IRS;
b) Beneficiar do estatuto de dador de sangue.


O afilhado beneficia das prestações de protecção nos encargos familiares e integra, para o efeito, o agregado familiar dos padrinhos.


O apadrinhamento civil constitui um vínculo permanente, no entanto, pode ser revogado em determinados casos.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Padrinhos por lei

Mais de 11 mil crianças estão institucionalizadas em Portugal. A grande maioria não será adoptada e muitas não podem voltar para casa. Um novo diploma legal poderá dar a algumas aquilo que mais desejam, uma família.

Falou-se em 15 mil, 20 mil, 50 mil até, mas finalmente o Governo divulgou o número de crianças e jovens que vivem em situação de acolhimento familiar ou institucional em Portugal - 11,362.

Apenas uma pequeníssima parte terá como destino de vida a adopção e um novo nome no bilhete de identidade. Muitos, contudo, não poderão voltar a viver com a família: a negligência marca severamente o ambiente natural destes jovens, chefiando a lista de motivos pelos quais tiveram de ser encaminhados para uma instituição.

Uma nova figura jurídica em elaboração – o apadrinhamento civil – poderá ajudar a retirar algumas destas crianças das instituições...

Clicar para ver artigo completo e dados estatísticos.

in Revista Pais & Filhos 2009

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Regresso à família

O Lugar da Intervenção Social

no Regresso da Criança à Família Biológica

ISSSL - 2006

O Projecto de Vida pode contemplar distintas estratégias:

• O regresso à família biológica nuclear ou alargada, directamente ou com a mediação de uma família de acolhimento;
Adopção nacional ou internacional, quando não é possível a integração na família biológica;
Colocação numa instituição de carácter permanente que assegure um acompanhamento dinâmico e individualizado, quando esgotadas todas as possibilidades de integração familiar.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Apadrinhamento civil: dinamizar novas famílias

Foi aprovado um novo regime jurídico que poderá contribuir para a diminuição das mais de 11 mil crianças e jovens a cargo de instituições e que aguardam por uma nova família. Tata-se do "apadrinhamento civil".
Um total de 11 362 crianças e jovens encontram-se institucionalizados em Portugal. O tempo de permanência nas instituições que os acolhem é em média de quatro anos para cerca de metade. No total, 43% das crianças e jovens nestas circunstâncias não têm contacto com a família biológica. Os dados constam do Relatório de Caracterização das Crianças e Jovens em Situação de Acolhimento de 2007.

Mas em breve estes números poderão ser minimizados por um modelo mais dinâmico de colocação de crianças e jovens em famílias. O "apadrinhamento civil" é uma nova figura jurídica no direito português e pretende promover a desinstitucionalização de crianças e jovens que não vão ser encaminhados para adopção, mas que também não podem regressar à família biológica.

Como funciona?
Através da constituição jurídica de um compromisso de apadrinhamento. Basicamente, a criança ou jovem recebe uns padrinhos civis que exercem sobre si as responsabilidades parentais necessárias ao seu desenvolvimento físico e emocional.

Guilherme de Oliveira, presidente do Observatório Permanente da Adopção e mentor deste novo regime jurídico, garante que "o apadrinhamento civil não faz desaparecer os pais biológicos, acrescenta os padrinhos aos progenitores e todos têm deveres de cooperação e respeito mútuo e a [obrigação] de colaborar para criar a criança". Embora, ressalva Guilherme de Oliveira, "o papel dos padrinhos se torne o principal porque ficam com as responsabilidades parentais e a criança ou jovem vai viver com eles".

Para se ser padrinho, os candidatos precisam de obter uma " habilitação" junto de um organismo competente da Segurança Social, lê-se no diploma [Lei n.º 103/2009, de 11 de Setembro]. Idoneidade, autonomia de vida e ser maior de 25 anos são alguns dos requisitos pedidos aos candidatos a padrinhos. Por outro lado, pode ser apadrinhada qualquer criança ou jovem menor de 18 anos, que esteja a beneficiar de uma medida de acolhimento, protecção ou se encontre sob situação de perigo.

É necessário o consentimento dos pais que, portanto, mantêm direitos relativamente aos filhos não podendo ser privados de os visitar e contactar. Os pais devem ainda conhecer os padrinhos, o seu local de residência e ser por estes informados sobre a progressão escolar, profissional ou de saúde do filho.

O "apadrinhamento civil" pode ser da iniciativa de um tribunal, do Ministério Público, da Comissão de Protecção das Crianças e Jovens, da Segurança Social, dos pais ou da criança ou jovem maior de 12 anos.

Outros caminhos
Este novo regime jurídico surge como um meio-termo entre a adopção e o acolhimento familiar. "Uma família de acolhimento ?normal' é transitória e profissionalizada [uma vez que é paga pela Segurança Social], ou seja a família de acolhimento desempenha uma função num determinado momento e desaparece, o apadrinhamento civil nunca acaba, nem mesmo na maioridade", salienta Guilherme de Oliveira. Em relação à adopção, são também muitas as diferenças, recorda o jurista: "Ao adoptar cortam-se os vínculos com a família biológica, mas o apadrinhamento civil não pretende isso!"

Paulo Delgado, investigador nesta matéria e professor adjunto na Escola Superior de Educação do Porto, considera o "apadrinhamento civil" uma medida "tão positiva como o são todas aquelas que possam contribuir para a segurança, a estabilidade no sentido da permanência das crianças junto dos seus acolhedores".

No entanto, as investigações por si desenvolvidas no âmbito de uma bolsa de investigação da Fundação para a Ciência e Tecnologia sobre acolhimento familiar levam-no a concluir que "outro dos caminhos seguidos poderia ter sido o do acolhimento familiar prolongado", um regime já constante em legislações anteriores. "Tudo o que está previsto em relação ao apadrinhamento civil poderia constar numa regulamentação do acolhimento familiar prolongado, esse talvez fosse um caminho mais directo", diz Paulo Delgado, para quem este aspecto levanta dúvidas.

Padrinhos sem retribuição
Merece críticas o facto de a lei não prever nenhuma retribuição mensal, nem subsídio de manutenção para os padrinhos. "O padrinho que decida apadrinhar suportará inteiramente os encargos com o afilhado", alerta Paulo Delgado. E, ainda que neste novo regime jurídico esteja previsto um montante de alimentos devidos pelos pais, o investigador acredita que, "olhando para a realidade da maior parte destas crianças, restam muitas dúvidas sobre se estes pais poderão suportar estes alimentos". Portanto, conclui: "O apoio financeiro é claramente um dos aspectos que me levam a colocar um ponto de interrogação sobre os efeitos efectivos desta medida."

No que toca a outros benefícios, padrinhos e afilhados beneficiam do regime jurídico de faltas e licenças equiparado ao de pais e filhos. Também beneficiam de prestações sociais e assistência recíproca na doença. O afilhado é ainda considerado dependente para efeitos de IRS.

Avaliar vínculos emocionais
Apesar de se pretender que o vínculo do "apadrinhamento civil" seja permanente, este pode ser revogado caso uma das partes assuma comportamentos que afectem gravemente a continuidade da relação. Guilherme de Oliveira garante que, "acima de tudo", o apadrinhamento civil pretende a criação de um vínculo emocional entre afilhados e padrinhos.

Precisamente, no sentido de avaliar até que ponto existe essa conexão e ela serve os interesses da criança ou jovem, está prevista uma espécie de monitorização ao processo de apadrinhamento que será realizada por um órgão competente para esse efeito. Este apoio termina quando a entidade responsável concluir que a integração familiar se verificou ou passados 18 meses sobre a constituição do vínculo. Ora, também este ponto levanta grandes dúvidas a Paulo Delgado: "Esperemos que este apoio exista efectivamente. É muito importante que a criança não desapareça do sistema e que se garanta que ela tenha um contexto adequado ao seu desenvolvimento junto dos padrinhos."

in educare.pt

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Rede social e influência dos avós

Rede Social de Apoio

durante as Transições Familiares

Decorrentes do Nascimento de Filhos

Universidade de Brasília - Maria Auxiliadora Dessen / Marcela Pereira Braz

RESUMO - O suporte da rede de apoio é fundamental à família e ao indivíduo no enfrentamento de transições normativas e não normativas no processo de desenvolvimento. Este estudo descreve as transformações nessa rede durante transições decorrentes do nascimento de filhos. Quinze pais de classe social baixa e suas respectivas esposas/companheiras, subdivididas em dois grupos: A: mães grávidas; B: mães com bebés de até seis meses, participaram de uma entrevista semi-estruturada e responderam um questionário.

A principal alteração na rede, segundo as mães, foi o aumento do apoio psicológico recebido; para os pais, foi o aumento da ajuda financeira e material.

O apoio do marido/companheiro foi considerado, por todas as mães, mais importante que os demais. Os dados sugerem que, para compreender as alterações na rede social de apoio e no envolvimento do pai na vida familiar durante transições decorrentes do nascimento de filhos, é preciso conhecer as relações desenvolvidas entre os subsistemas familiares e o contexto social no qual as famílias estão inseridas.

Palavras-chave: rede social de apoio; família; nascimento de filhos; mãe e pai; avós.

Rede social: definição e características

Participação do pai e dos avós no contexto familiar

Participação e influência dos avós na vida familiar

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Novas Perspectivas, Novos Horizontes

“Novas Perspectivas,
Novos Horizontes”

Colectânea de Textos do Workshop de Reinserção
Palácio do Freixo, Porto
19 de Maio 2004


OFICINA DE TRABALHO 1 – REINSERÇÃO E REDES SOCIAIS

OFICINA DE TRABALHO 2 – REINSERÇÃO E SOCIEDADE CIVIL

OFICINA DE TRABALHO 3 – REINSERÇÃO E TERAPIAS
Revisitar o Corpo e a Mente: à Descoberta do Prazer de SER

OFICINA DE TRABALHO 4 – REINSERÇÃO E FAMÍLIA

OFICINA DE TRABALHO 5 – REINSERÇÃO E AVALIAÇÃO
Avaliação de Programas e Projectos – Quadro Teórico

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Divórcio... pais, filhos e avós

A família num processo de divórcio,
pais, filhos... e os avós

IV Curso de Pós-Graduação em Orientação e Mediação Familiar
Clicar para ver trabalho de Patrícia Piedade

Capitulo 1. Enquadramento
1.1. A Família na perspectiva das Ciências Sociais
- O conceito de Família
1.2. O Direito e a Família
1.3. Psicologia da Família...

As estratégias têm também diferentes níveis; segundo Burr e Klein,”xviii são sete esses níveis:

– Nível cognitivo:
1) Aceitar a situação e os outros;
2) Aumentar os conhecimentos úteis;
3) Reenquadrar a situação.

- Nível Emocional
1) Expressar sentimentos e afecto;
2) Evitar (ou resolver) expressões inadequadas de sentimentos;
3) Estar atento e ser sensível às necessidades emocionais dos outros.

- Nível relacional
1) Desenvolver a coesão familiar;
2) Manter a adaptabilidade e flexibilidade familiar;
3) Cooperar como uma família;
4) Construir e desenvolver relações de confiança;
5) Aumentar a tolerância.

- Nível comunicacional
1) Ser aberto e honesto;
2) Ouvir os outos;
3) Ser mais sensível à comunicação não verbal.

- Nível comunitário
1) Procurar ajuda e apoio de outros;
2) Satisfazer expectativas de organizações.

- Nível espiritual
1) Envolver-se mais em actividades religiosas;
2) Aumentar a fé.

- Nível de desenvolvimento individual
1) Desenvolver a autonomia, a independência e a auto-suficiência;
2) Manter-se activo em actividades de lazer.


Capitulo 2. Orientação e/ou Mediação Familiar

Etapas do processo de Mediação Familiar que são:

1. Aceitação do processo de mediação pelos membros do casal;
2. Explicitação de direitos e deveres;
3. Identificação dos problemas existentes;
4. Identificação de opções e alternativas;
5. Negociação;
6. Elaboração do acordo e sua aceitação;
7. Homologação judicial do acordo;
8. Natureza do acordo.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

De regresso

"Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo, e que posso evitar que ela vá a falência.

Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.

Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história. É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma. É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.

Ser feliz
é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um "não". É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.

Pedras no caminho?
Guardo todas.
Um dia vou construir um castelo..."

(Fernando Pessoa)

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Linguagem do quotidiano


"Eu falo errado, é… a minha mãe disse que a professora falou que eu preciso aprender a falar direito.

É que eu troco as letras.

É, eu não sei falar, sou burro.”


Clicar para ver Livro

Três fonoaudiólogas que trabalham com crianças, adolescentes e adultos com dificuldades de linguagem.

O discurso dirige-se a professores, dando-lhes instrumentos para a superação de barreiras, possibilitando novos horizontes sociais e psicólogos.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

terça-feira, 27 de julho de 2010

Prevenir os maus tratos



Disciplina de Ética Profissional do curso de Comunicação Social

segunda-feira, 26 de julho de 2010

sábado, 17 de julho de 2010

Pedagogia da Autonomia


"Pedagogia da Autonomia" (versão word)
Saberes Necessários à prática educativa

Autor: Paulo Freire

É o tipo de livro necessário a todo educador que se diz voltado para uma relação ensino/aprendizagem dos novos tempos, de interacção e respeito à vida, à comunidade, e amor ao saber, aquele saber construído e transformado pela reflexão.

"Ensinar exige segurança, competência profissional, e generosidade"
"Ensinar não é transferir conhecimento"
"Ensinar exige curiosidade",

Esta obra é um reflexo da sua vivência dedicada à educação. Um livro para todos, não somente professores e professoras, mas fundamental para estes últimos.

Considerações sobre o livro:

O prof. Paulo Freire mostra que ensinar não é transmitir conhecimentos, mas criar as possibilidades para a produção do saber.
Ensinar exige muitos factores, estes são citados de forma clara e conclusiva. Uma das primeiras exigências é a rigorosidade metódica, o Educador norteando-se por este saber deve reforçar a capacidade crítica do educando auxiliando-o a tornar-se criador, investigador, inquieto, rigorosamente curioso, humilde e persistente; O facilitador deve ensinar os conteúdos mas também ensinar a pensar certo.
Os conhecimentos contidos nos livros são muito importantes, porém ter apenas estes saberes e não estar antenado com a realidade do seu mundo, sabendo das necessidades e ocorrências do seu país, da sua cidade, do seu bairro e ainda da sua rua é pensar errado.
O professor precisa pensar certo para só então ensinar a pensar certo.

Ensinar exige pesquisa, o autor deixa claro neste estudo que o ensino sem pesquisa não é ensino, pesquisa e ensino estão intrinsecamente relacionados.
Ensinar exige respeito aos saberes do educando, o facilitador segundo sugestão do autor deve discutir com os alunos a realidade concreta a que se deve associar a disciplina, estabelecendo uma familiaridade entre os saberes curriculares fundamentais e a experiência social de cada um dos aprendizes.
Ensinar exige criticidade, ter uma postura de curiosidade e inquietação indagadora e dicernidora.
Ensinar exige ética, e estética, a prática educativa tem a obrigação moral de ser um testemunho rigoroso de decência e de pureza, o professor não pode estar longe ou fora da ética por ser portador do carácter formador, o ensino dos conteúdos não podem estar alheios a formação moral do educando.
Ensinar exige também a corporeificação das palavras pelo exemplo, quem pensa certo tem consciência que palavras nada valem se não forem seguidas do exemplo. Pensar certo é fazer certo. O clima de quem, pensa certo deve ser o de quem busca a generosidade.
Ensinar exige risco, aceitação do novo e rejeição a qualquer forma de discriminação. O ser é ofendido e para ele é restrito o direito a democracia, quando acontece qualquer uma das práticas discriminatórias. O repudio de Paulo Freire, por tais acções se faz notável e deve ser a todo custo seguido, o pensar certo exige humildade.
Ensinar exige reflexão crítica, sobre a prática educativa. Como cita o autor, a esta prática docente crítica, implicante do pensar certo envolve movimento dinâmico, dialéctico, entre o fazer e o pensar sobre o fazer. O educando desenvolve o pensar certo em comunhão com o educador, tudo concorrendo para melhorias reais acerca da prática-ensino-aprendizagem. Quando há uma tomada de consciência sobre os factos que envolvem a prática sendo cada educador um ser critico, autónomo dos seus próprios actos, rigoroso metodicamente falando, pesquisador, que respeita os saberes prévios do educando, ético e moral, onde as suas palavras e acções servem como testemunho, que não dá lugar para sentimentos discriminatórios, reflexivo, que assume a si próprio com seus acertos e os seus erros, têm-se a certeza de que tal professor está andando e, pensando e ensinando a pensar certo. Este saberá que ensinar não é transmitir conhecimentos apenas.
O educador deve ter em mente de que é um ser inacabado, não obstante, esta consciência acompanha o ser humano por si só e o leva a um estado reflexivo. Quanto mais cultural é o ser, maior é a sua infância, a necessidade de cuidados especiais se alongam, entende-se que o ser humano é o único animal que continua em companhia dos pais por vinte, trinta ou mais anos. O homem que está cônscio do seu inacabamento e das muitas barreiras e obstáculos a transpor sabe também que estes não são infindos. Para não transgredir os princípios éticos da existência humana o professor não deve ironizar o aluno ou desrespeitar a sua curiosidade nata. Conforme o autor tal transgressão é vista como ruptura com a decência e ordem, toda e qualquer discriminação é imoral.

O bom senso é outro factor que deve permear a prática docente, tendo respeito a autonomia, a dignidade e a identidade do educando, o educador pleno do conhecimento que rege o bom senso, exerce na sala de aula a autoridade a ele concedida porém sem o autoritarismo que se vê em sua essência.
Ensinar exige também humildade e determinação em favor da luta pela classe, tornando-se arte integrante da prática ensino – aprendizagem. Deve-se ter em mente que o educador por ser um formador de pensadores, pode influenciar a favor de mudanças na forma de tratamento aos próprios educadores. As crianças de hoje, serão os futuros políticos, donos de escolas, directores, gestores de amanhã e se estes forem conscientes e agirem com ética e moral, por terem sidos conscientizados pelos seus professores, serão mais zelosos com os benefícios voltados para a educação. O perfil alegre, animador, flexível, lutador e cheio de esperanças, apesar de..., é o que ajuda o exercício da profissão, tornando-a compensadora e desafiadora. Seres convictos de mudança é o que os educadores devem ser.

Ao concluir este trabalho percebe-se que a leitura desta obra se faz necessária para uma boa prática de ensino. Trazendo à tona os velhos conceitos e transformando-os.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

segunda-feira, 12 de julho de 2010

domingo, 11 de julho de 2010

Violência sexual não é brincadeira


A Violência Sexual contra crianças e adolescentes é um crime que pode passar despercebido, pois em muitos casos os abusos acontecem dentro de casa e por pessoas já conhecidas e de confiança, como pai, mãe, padrastro, parentes, vizinhos, amigos da família, etc.

Por isso, acredite na denúncia feita por uma criança e fique atento a alguns dos sintomas de violência sexual:

-conhecimento e interesse precoce por assuntos ligados ao sexo;

-medo ou pânico de certas pessoas;

-oscilação no humor entre retraída e extrovertida;

-choro excessivo sem causa aparente;

-roupas íntimas rasgadas ou manchadas;

-frequentes fugas de casa;

-queixa de dores, coceiras, corrimentos e outras secreções nos órgãos sexuais.

Se crianças e adolescentes próximos a você apresentam alguns desses sintomas, pode ser um caso de violência sexual.

Programa Sentinela de Vitória

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Os direitos das crianças

Os direitos da criança apresentados pelas crianças do Jardim de Infância Maria Luciana Seruca - Paço de Arcos




quinta-feira, 8 de julho de 2010

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Necessidades educativas especiais

A FAMÍLIA COM FILHOS COM NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS
Maria Isabel Costa

A família hoje, como outrora,
é o elo de ligação essencial e primeiro,
entre o indivíduo,
a natureza e a cultura

A fantasia da infância colorida

“A infância colorida que preenche o nosso imaginário, não chega a ser fantasia para as muitas crianças e adolescentes, que vivem no lado da vida pintada a tons de cinzento e preto.

Nesta infância não há o colo,
não há sonhos,
não se brinca…
não se tem opinião, nem voz,
nem desejos ou necessidades.

Aqui há ralhos, corpos usados, humilhações, terror, abandono.

Não há sujeitos,
há crianças-objecto das frustrações,
das exigências,
dos sonhos dos adultos”
Isabel Maria Alberto

terça-feira, 6 de julho de 2010

Educação burocrática

Max Weber:

Tipos de educação e educação burocrática

Autor: Nildo Viana - Clicar p/ ver trabalho

Resumo

O presente texto apresenta a concepção de educação de Max Weber, analisando as fontes da sua concepção, através da sua metodologia e tipologia da acção social e da dominação legítima, para finalmente chegar à sua tipologia da educação.

Os tipos de educação são, para Weber, derivados dos tipos de acção social e dominação legítima. O texto focaliza o tipo de educação burocrática, típica da sociedade moderna e apresenta os seus elementos característicos, encerrando com a crítica da concepção weberiana.

Palavras-chave: Tipo Ideal, Educação, Burocracia, Racionalização, Capitalismo.

"A razão decisiva para o progresso da organização burocrática foi sempre a superioridade puramente técnica sobre qualquer outra forma de organização. O mecanismo burocrático plenamente desenvolvido compara-se às outras organizações exactamente da mesma forma pela qual a máquina se compara aos modos não-mecânicos de produção" (Weber)

segunda-feira, 5 de julho de 2010

domingo, 4 de julho de 2010

Violência e fracasso escolar

O presente trabalho teve como objectivo analisar a relação entre a violência e os factores que promovem o fracasso escolar na escola. Tomamos como referências de análise, o estudo das teorias de Maffesoli em Dinâmica da Violência (1987), Barreto em Bons e maus alunos e as suas famílias, entre outros, possibilitando um conhecimento teórico que servirá como alicerce para a fundamentação de conceitos sobre violência e fracasso escolar.

Utilizamos a observação como procedimento metodológico, onde analisamos o quotidiano de duas escolas públicas estaduais, analisando como ocorre e a violência na realidade dessas escolas, e em seguida comparamos os resultados dessas escolas com as taxas de fracasso escolar das mesmas.

Observamos, que cada escola está às voltas com a sua própria violência, com aquilo que ela pontua como violento, dependendo de critérios de valores, tradição e outros factores. No entanto, os resultados indicam que nem sempre a violência está atrelada ao fracasso escolar.

Diante disso cabe a escola, possibilitar ao aluno o desenvolvimento das suas acções seja motora, verbal e mental, de forma que possa intervir no processo sócio-cultural e inovar a sociedade, fortalecendo as relações família-escola. Ao que indicam os resultados, a escola precisa promover acções que promovam um trabalho de respeito mútuo entre todos que participam dela, professores, alunos, pais, equipe gestora.

Palavras-chave: escola, aluno, fracasso escolar, violência.


Autor: André Anjos

sábado, 3 de julho de 2010

sexta-feira, 2 de julho de 2010

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Alfabetização de jovens e adultos

Alfabetização de jovens e adultos

Abordagem de Paulo Freire

RESUMO
É inegável a contribuição do educador Paulo Freire para a implantação no Brasil de uma educação popular tendo como foco principal o combate ao analfabetismo, expressão da pobreza, da miséria e do subdesenvolvimento.

A grande obra desse educador, referência em educação para a América Latina, apresenta o compromisso de valorizar o diálogo e a interacção como fundamentos necessários para a libertação do educando.

Paulo Freire influenciou beneficamente os movimentos educacionais no Brasil e em outros países a partir da década de 50.

Palavras - Chave: Paulo Freire, Educação, Alfabetização

Ver texto : Abordagem de Paulo Freire

Via FB - Marilú D. - Obrigada pela partilha!

O que somos

Via Facebook - Marilu D.

Somos o que fazemos, mas somos, principalmente, o que fazemos para mudar o que somos.

Eduardo Galeano

Es_paços da Infância

terça-feira, 29 de junho de 2010

segunda-feira, 28 de junho de 2010

domingo, 27 de junho de 2010

sábado, 26 de junho de 2010

sexta-feira, 25 de junho de 2010

quinta-feira, 24 de junho de 2010

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Talvez Deus esteja Doente

Documentário "Forse Dio è Malato"
de Franco Brogi Taviani

Este documentário apresenta as diversas realidades do continente africano - muitas delas faladas em português e com uma banda sonora extraordinária de Siyavuya Makuzeni.

É uma fascinante viagem através de uma África devastada pela fome e pela SIDA. São pequenas histórias de crianças soldado, crianças acusadas de feitiçaria, de homens e mulheres que lutam contra a doença e a pobreza, a tragédia e a emigração.

De facto ou Deus adoeceu ou não dá para aceitar, para perceber estes contrastes enormes! Mais um sinal do longo caminho que ainda há para percorrer por esta desumana humanidade. Este documentário não é um formato muito fluente nos meios de comunicação, mas não sendo tão divertido, com certeza será útil.

terça-feira, 22 de junho de 2010

O meu nome é "Sara"

Este poema fez parte de um anúncio que foi premiado internacionalmente.
Infelizmente nunca foi passado na televisão em Portugal.
Porque?


O meu nome é "Sara"
Tenho 3 anos
Os meus olhos estão inchados,
Não consigo ver.

Eu devo ser estúpida,
Eu devo ser má,
O que mais poderia pôr o meu pai em tal estado?
Eu gostaria de ser melhor,
Gostaria de ser menos feia.
Então, talvez a minha mãe me viesse sempre dar miminhos.

Eu não posso falar,
Eu não posso fazer asneiras,
Senão fico trancada todo o dia.
Quando eu acordo estou sozinha,

A casa está escura,
Os meus pais não estão em casa.
Quando a minha mãe chega,
Eu tento ser amável,
Senão eu talvez levaria uma chicotada à noite.

Não faças barulho!
Acabo de ouvir um carro,
O meu pai chega do bar do Carlos.
Ouço-o dizer palavrões.

Ele chama-me.
Eu aperto-me contra o muro.
Tento-me esconder dos seus olhos demoníacos.
Tenho tanto medo agora,
Começo a chorar.

Ele encontra-me a chorar,
Ele atira-me com palavras más,
Ele diz que a culpa é minha, que ele sofra no trabalho.
Ele esbofeteia-me e bate-me,
E berra comigo ainda mais,
Eu liberto-me finalmente e corro até à porta.
Ele já a trancou.

Eu enrolo-me toda em bola,
Ele agarra em mim e lança-me contra o muro.
Eu caio no chão com os meus ossos quase partidos,
E o meu dia continua com horríveis
palavras...

'Eu lamento muito!', eu grito
Mas já é tarde de mais
O seu rosto tornou-se num ódio inimaginável.
O mal e as feridas mais e mais,
'Meu Deus por favor, tenha piedade!
Faz com que isto acabe por favor!'
E finalmente ele pára, e vai para a porta,
Enquanto eu fico deitada,
Imóvel no chão.

O meu nome é "Sara"

Tenho 3 anos,

Esta noite o meu pai matou-me..

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Toquinho

Via Facebook - enviado por Sylvie A.



Obrigada pela partilha!

Impacientes, rudes, mal-humorados

Por Ana Gerschenfeld

Por que é que os adolescentes são como são?

Por que é que têm mudanças súbitas de humor, problemas de concentração, comportamentos de risco?

Só muito recentemente é que os especialistas começaram a desvendar as bases neuronais destes autênticos enigmas.

É preciso paciência para aturar filhos adolescentes. Com a puberdade não é apenas o seu corpo que sofre uma transformação. A sua personalidade pode mudar radicalmente. Tornam-se impacientes, rudes, mal-humorados, descuidam os estudos e a sua paciência para aturar adultos desvanece-se sem deixar rasto.

Passam horas frente à televisão a ver séries de inteligência duvidosa, fechados no quarto a ouvir música, a trocar mensagens cheias de interjeições e símbolos esquisitos com os amigos no Messenger, horas em cochichos e risinhos ao telefone, adoptam numa fracção de segundo uma aparência absolutamente inexpressiva e um olhar vazio quando um adulto os interpela, esgueiram-se habilmente de quarto para quarto de forma a evitar os pais, os seus horários deixam misteriosamente de coincidir com seja o que for que a família costumasse fazer em conjunto. E uma chamada de atenção por parte de qualquer adulto pode transformar-se num confronto.

Os pais, esses, não passam de uns marcianos que andam lá pela casa, cuja função se resume a garantir que há comida no prato à hora das refeições, a não os deixar fazer quase nada do que eles querem, a exigir que não se esqueçam dos trabalhos de casa, de dizer ocasionalmente “obrigado” e “por favor”, de tomar duche e de lavar os dentes. As únicas coisas que parecem existir são o seu grupo de amigos e o seu espaço pessoal e secreto. Por vezes, contudo, imprevisível e incompreensivelmente, ficam ternurentos durante uns curtos instantes – com os pais, com os irmãos mais novos. Mas isso depressa lhes passa. Daaah…!! Esta expressão é a que melhor resume a atmosfera de incompreensão que frequentemente caracteriza o “retrato de família com adolescente(s)”.

Claro que se trata de uma descrição esquemática da situação. Por vezes, as coisas correm melhor – sem problemas de maior na escola e na vida social e sem atritos familiares. Mas outras vezes também correm muito pior, com os jovens a adoptar comportamentos de alto risco, como o abuso de drogas e/ou álcool, as relações sexuais desprotegidas, as corridas de automóveis ou de motas a alta velocidade pelas estradas fora.

A adolescência pode também acompanhar-se, nalguns casos particularmente extremos, de doença mental – e até conduzir ao suicídio. A muitos títulos, a adolescência é a altura mais saudável da vida”, escrevia há uns meses Jay Giedd, psiquiatra de crianças e adolescentesdos National Institutes of Health norte-americanos e perito mundial da visualização do cérebro, no site da Dana Foundation, organização filantrópica de apoio à investigação do cérebro. “O sistema imunitário, a resistência ao cancro, a tolerância ao calor e ao frio e várias outras variáveis estão no seu auge. Porém, apesar dessa força física, a doença e a mortalidade aumentam 200 a 300 por cento [na adolescência]. (…) Para perceber este paradoxo de um corpo saudável associado a um cérebro [programado] para correr riscos, é preciso conhecer melhor a maneira como o cérebro se modifica durante este período da vida.”

Um cérebro diferente

É precisamente isso que os cientistas – e em particular os neurocientistas – têm estado a tentar fazer, revelando uma visão totalmente nova do que significa atravessar a adolescência em termos do desenvolvimento cerebral. E ligando assim a neurobiologia aos comportamentos. Claro que este estudo das relações entre a fisiologia e a psicologia humanas ainda vai nos seus primórdios, mas já está a fornecer pistas interessantes.

Quando, há uns anos, se tornou possível visualizar o cérebro humano em acção, ao vivo e em directo, graças a técnicas como a ressonância magnética funcional e outras, abriu-se uma via para o estudo pormenorizado das estruturas e circuitos do cérebro humano – nomeadamente, do cérebro adolescente. E descobriu-se que a adolescência correspondia a um período de autêntica “tempestade cerebral” – a expressão é do cientista francês Jean-Pierre Changeux, autor do livro O Homem Neuronal (Ed. Dom Quixote, 1991) com quem o P2 teve a oportunidade de falar quando da sua passagem por Lisboa há uns dias para uma conferência na Fundação Gulbenkian.

Nesse mesmo local, Tom Insel, director dos National Institutes of Mental Health norte-americanos, tinha caricaturado umas semanas antes a situação dos adolescentes dizendo que o seu cérebro “se desligava” na puberdade para se tornar a ligar, “não se sabe bem porquê, por volta dos 18 anos”. Mas tanto Insel como os muitos especialistas que se têm dedicado a estudar a questão já fazem uma boa ideia do que poderá estar a “ligar” e a “desligar” o cérebro adolescente.

Uma das grandes surpresas foi que, ao contrário do que se imaginava até aí, o cérebro humano não pára de desenvolver-se pouco depois da nascença (até por volta dos 18 meses, pensavam os especialistas). Antes pelo contrário, continua a desenvolver-se ao longo de toda a infância, da adolescência e mesmo do início da idade adulta. E, em particular, o volume de matéria cinzenta – a matéria “pensante” do cérebro, por assim dizer, continua a crescer ao longo da infância, para começar a diminuir a seguir à puberdade. “O volume de matéria cinzenta do cérebro tende a diminuir a partir da puberdade (ou mesmo antes, dependendo da região cerebral em causa) até aos 20 ou 30 anos”, diz-nos, numa conversa por e-mail, Sarah-Jayne Blakemore, especialista em neurociência cognitiva do University College de Londres. “Portanto, os adolescentes jovens (entre os 10 e os 15 anos de idade) possuem uma maior quantidade de matéria cinzenta, nomeadamente no seu córtex pré-frontal, do que os jovens adultos.”

O córtex pré-frontal é responsável pela nossa capacidade de estabelecer prioridades, planificar o futuro e organizar as ideias, elaborar estratégias, controlar os impulsos e focar a atenção. Tudo coisas que os adolescentes têm claramente dificuldade em fazer… Com os seus colegas, Blakemore publicou há dias, no Journal of Neuroscience, um estudo no qual monitorizaram, por ressonância magnética, a actividade cerebral de 200 voluntários com idades entre os sete e os 27 anos, com o objectivo de medir, justamente, a sua capacidade de concentração. E o que observaram foi que, nos adolescentes, a activação do córtex pré-frontal era particularmente intensa.

Isto sugere, segundo os investigadores, citados na imprensa britânica, que o cérebro do adolescente trabalha de forma menos eficiente que o do adulto. “Já sabíamos que o córtex pré-frontal das crianças pequenas funcionava de forma caótica”, salientava Blakemore, citada pelo Guardian, “mas descobrimos que a parte do cérebro necessária para desempenhar certos processos de tomada de decisão ainda permanece em pleno desenvolvimento durante toda a adolescência. Isso significa que o cérebro continua a fazer muito trabalho desnecessário, quando precisa de tomar decisões do tipo das que testámos [que exigem uma certa resistência às distracções].”

Pensar como adulto

A partir do início da adolescência, portanto, o volume de matéria cinzenta começa a diminuir. Continuando a citar Giedd, “as células cerebrais, as suas ligações e os seus receptores de mensageiros químicos, ou neurotransmissores, atingem um pico durante a infância para a seguir declinar durante a adolescência”. Mas esta não é a única mudança em curso; na realidade acontecem mais duas coisas:

“A conectividade entre as diversas regiões cerebrais [a matéria branca] aumenta; e o equilíbrio entre os sistemas frontais (de controlo executivo) e os sistemas límbicos (emocionais) vai-se alterando”, acrescenta Giedd. Tudo isto significa que, durante a adolescência, o cérebro ainda tem matéria cinzenta a mais, uma incompleta conectividade à distância entre as diversas partes do cérebro e um equilíbrio incipiente dos aspectos cognitivos e emocionais. Nestas condições, pensam os cientistas, torna-se difícil pensar… como um adulto.

A explicação mais aceite entre os cientistas para a diminuição da matéria cinzenta a partir da puberdade consiste em dizer que, ao longo da adolescência, certas ligações entre neurónios passam a ser privilegiadas em relação a outras, nomeadamente sob a influência de factores exteriores. Os cientistas pensam que o fenómeno é semelhante a uma poda (os ramos são neste caso as ramificações que os neurónios projectam para se interligarem) com os ramos que são mais usados a serem reforçados, em detrimento dos menos usados.

O nosso cérebro estará assim a afinar as suas redes neuronais – processo que continuará até atingirmos a idade adulta. Também por isso será na altura da adolescência que se decide o nosso futuro intelectual. “Portanto”, dizia Giedd numa entrevista à cadeia de televisão pública norte-americana PBS, “se um adolescente está a aprender música ou a fazer desporto ou a estudar, são essas as células e as ligações que vão ficar estabelecidasdefinitivamente; e se passam o tempo deitados no sofá a jogar jogos de vídeo ou a ver a MTV, serão essas as ligações celulares que irão sobreviver.”

Quanto ao segundo aspecto do desenvolvimento do cérebro – o aumento do volume de matéria branca, que contém conexões neuronais mais compridas e ao mesmo tempo muito eficientes -, ele vai permitir interligar regiões cerebrais distantes com funções diversas, acelerando as comunicações entre elas e permitindo ao cérebro trabalhar de forma orquestrada. Só que, no início da adolescência, isso ainda não aconteceu.

Por último, no que respeita ao equilíbrio “razão-emoção”, como a região pré-frontal é a última a amadurecer e ao longo da adolescência são os sistemas emocionais que primam, não é de admirar que os adolescentes adoptem comportamentos particularmente impulsivos. No fundo, apesar do seu aspecto físico “adulto”, o que os neurocientistas têm vindo a perceber é que o cérebro dos adolescentes é mais semelhante ao das crianças do que ao dos adultos.

Um número crescente de estudos tem permitido perceber que os adolescentes estão, de facto, biologicamente “programados” para correr riscos, como já anunciaram este ano várias equipas, entre as quais a de Blakemore (na revista Cognitive Development). E também se descobriu recentemente que certas hormonas produzidas pelo organismo agem sobre os neurónios dos adolescentes de forma oposta à que teriam nos neurónios dos adultos, como mostraram em experiências em ratinhos, publicadas na revista Science, Sheryl Smith, da Universidade Estadual de Nova Iorque, e colegas. O que poderia explicar, segundo eles, não apenas as dificuldades de aprendizagem, mas também as súbitas mudanças de humor e os inexplicáveis estados de ansiedade dos adolescentes.

Tudo isto para dizer que, da próxima vez que o seu filho ou filha adolescente ficar insuportável, lembre-se que é o seu cérebro – esse órgão extremamente complexo, com 100 mil milhões de células e biliões de interconexões, alojado no crânio, por detrás dos olhos – ainda imaturo, a falar. Bem alto e de forma nem sempre coerente. E, em vez de se zangar, explore os seus dotes diplomáticos e tente evitar que o seu filho ou filha tomem decisões que possam ser irreversíveis. “A adolescência é ao mesmo tempo um período de grandes riscos e de grandes oportunidades”, resume Giedd.

Artigo do jornal Público de 16 de Junho de 2010.