sábado, 17 de julho de 2010

Pedagogia da Autonomia


"Pedagogia da Autonomia" (versão word)
Saberes Necessários à prática educativa

Autor: Paulo Freire

É o tipo de livro necessário a todo educador que se diz voltado para uma relação ensino/aprendizagem dos novos tempos, de interacção e respeito à vida, à comunidade, e amor ao saber, aquele saber construído e transformado pela reflexão.

"Ensinar exige segurança, competência profissional, e generosidade"
"Ensinar não é transferir conhecimento"
"Ensinar exige curiosidade",

Esta obra é um reflexo da sua vivência dedicada à educação. Um livro para todos, não somente professores e professoras, mas fundamental para estes últimos.

Considerações sobre o livro:

O prof. Paulo Freire mostra que ensinar não é transmitir conhecimentos, mas criar as possibilidades para a produção do saber.
Ensinar exige muitos factores, estes são citados de forma clara e conclusiva. Uma das primeiras exigências é a rigorosidade metódica, o Educador norteando-se por este saber deve reforçar a capacidade crítica do educando auxiliando-o a tornar-se criador, investigador, inquieto, rigorosamente curioso, humilde e persistente; O facilitador deve ensinar os conteúdos mas também ensinar a pensar certo.
Os conhecimentos contidos nos livros são muito importantes, porém ter apenas estes saberes e não estar antenado com a realidade do seu mundo, sabendo das necessidades e ocorrências do seu país, da sua cidade, do seu bairro e ainda da sua rua é pensar errado.
O professor precisa pensar certo para só então ensinar a pensar certo.

Ensinar exige pesquisa, o autor deixa claro neste estudo que o ensino sem pesquisa não é ensino, pesquisa e ensino estão intrinsecamente relacionados.
Ensinar exige respeito aos saberes do educando, o facilitador segundo sugestão do autor deve discutir com os alunos a realidade concreta a que se deve associar a disciplina, estabelecendo uma familiaridade entre os saberes curriculares fundamentais e a experiência social de cada um dos aprendizes.
Ensinar exige criticidade, ter uma postura de curiosidade e inquietação indagadora e dicernidora.
Ensinar exige ética, e estética, a prática educativa tem a obrigação moral de ser um testemunho rigoroso de decência e de pureza, o professor não pode estar longe ou fora da ética por ser portador do carácter formador, o ensino dos conteúdos não podem estar alheios a formação moral do educando.
Ensinar exige também a corporeificação das palavras pelo exemplo, quem pensa certo tem consciência que palavras nada valem se não forem seguidas do exemplo. Pensar certo é fazer certo. O clima de quem, pensa certo deve ser o de quem busca a generosidade.
Ensinar exige risco, aceitação do novo e rejeição a qualquer forma de discriminação. O ser é ofendido e para ele é restrito o direito a democracia, quando acontece qualquer uma das práticas discriminatórias. O repudio de Paulo Freire, por tais acções se faz notável e deve ser a todo custo seguido, o pensar certo exige humildade.
Ensinar exige reflexão crítica, sobre a prática educativa. Como cita o autor, a esta prática docente crítica, implicante do pensar certo envolve movimento dinâmico, dialéctico, entre o fazer e o pensar sobre o fazer. O educando desenvolve o pensar certo em comunhão com o educador, tudo concorrendo para melhorias reais acerca da prática-ensino-aprendizagem. Quando há uma tomada de consciência sobre os factos que envolvem a prática sendo cada educador um ser critico, autónomo dos seus próprios actos, rigoroso metodicamente falando, pesquisador, que respeita os saberes prévios do educando, ético e moral, onde as suas palavras e acções servem como testemunho, que não dá lugar para sentimentos discriminatórios, reflexivo, que assume a si próprio com seus acertos e os seus erros, têm-se a certeza de que tal professor está andando e, pensando e ensinando a pensar certo. Este saberá que ensinar não é transmitir conhecimentos apenas.
O educador deve ter em mente de que é um ser inacabado, não obstante, esta consciência acompanha o ser humano por si só e o leva a um estado reflexivo. Quanto mais cultural é o ser, maior é a sua infância, a necessidade de cuidados especiais se alongam, entende-se que o ser humano é o único animal que continua em companhia dos pais por vinte, trinta ou mais anos. O homem que está cônscio do seu inacabamento e das muitas barreiras e obstáculos a transpor sabe também que estes não são infindos. Para não transgredir os princípios éticos da existência humana o professor não deve ironizar o aluno ou desrespeitar a sua curiosidade nata. Conforme o autor tal transgressão é vista como ruptura com a decência e ordem, toda e qualquer discriminação é imoral.

O bom senso é outro factor que deve permear a prática docente, tendo respeito a autonomia, a dignidade e a identidade do educando, o educador pleno do conhecimento que rege o bom senso, exerce na sala de aula a autoridade a ele concedida porém sem o autoritarismo que se vê em sua essência.
Ensinar exige também humildade e determinação em favor da luta pela classe, tornando-se arte integrante da prática ensino – aprendizagem. Deve-se ter em mente que o educador por ser um formador de pensadores, pode influenciar a favor de mudanças na forma de tratamento aos próprios educadores. As crianças de hoje, serão os futuros políticos, donos de escolas, directores, gestores de amanhã e se estes forem conscientes e agirem com ética e moral, por terem sidos conscientizados pelos seus professores, serão mais zelosos com os benefícios voltados para a educação. O perfil alegre, animador, flexível, lutador e cheio de esperanças, apesar de..., é o que ajuda o exercício da profissão, tornando-a compensadora e desafiadora. Seres convictos de mudança é o que os educadores devem ser.

Ao concluir este trabalho percebe-se que a leitura desta obra se faz necessária para uma boa prática de ensino. Trazendo à tona os velhos conceitos e transformando-os.

1 comentário:

  1. A estimulação da curiosidade dando-lhes (às crianças) autonomia para explorarem materiais e partirem à descoberta é essencial para uma aprendizagem rica em valores e saberes.

    Valorizo a autonomia e a estimulação da curiosidade, como pontos de partida para futuros adultos "bem formados"...

    beijo e continuação de "rodapés" interessantes... Ni

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